A palavra aramaica "Abba" - que significa papai - expressa muito bem quem é o verdadeiro Deus dos cristãos: Aquele que quer se relacionar conosco como o nosso Papai, o Deus que é amor incondicional...





sexta-feira, 30 de março de 2012

Os perigos da religião



              A experiência religiosa é uma faca de dois gumes. Ao mesmo tempo em que conforta e nos faz infinitamente melhores, também pode fazer com que o religioso comece a se enxergar como um ser humano acima da média. E acabar pensando que os outros, que não pertencem à sua religião, são maus. Eis aí a grande armadilha!

              Essa semana uma professora foi acusada de incentivar o bulling religioso na sala de aula. A educadora tinha o hábito de orar junto com a turma durante suas aulas. Não demorou muito para que um dos alunos, praticante do candomblé, recusasse-se a participar daqueles momentos. Os alunos então passaram a perseguir o colega sob a acusação de ser "macumbeiro".

              Ser luz para o mundo nada tem a ver com distribuir panfletos no trabalho ou fazer orações com os funcionários de uma empresa. A fé cristã não incentiva ninguém a constranger pessoas que não compartilhem da mesma espiritualidade.

           Demonstrar o caráter de Cristo tem a ver com atitudes, principalmente atitudes que fazem o bem aos outros. Se isso acontecer, você nem precisará falar sobre sua religião, pois o amor vai ficar explícito na sua vida e as pessoas vão dizer: "- Eis aí um cristão".

É por isso que o Apóstolo Paulo disse o seguinte:

           "O que dizer de você? Você diz que é judeu, confia na Lei e se orgulha do Deus que você adora. Você sabe o que Deus quer que você faça e aprende na Lei a escolher o que é certo. Você tem a certeza de que é guia dos cegos, luz para os que estão na escuridão, orientador dos que não têm instrução e professor dos jovens...Você se orgulha de ter a LEi de Deus, mas você é uma vergonha para Deus porque desobedece sua LEi. Pois as Escrituras Sagradas dizem: "Os não-judeus falam mau de Deus por causa de vocês, os judeus" (Rm 2:17-24)

         O texto foi escrito para falar aos judeus, mas cabe perfeitamente no contexto dos cristãos contemporâneos. Nos esquecemos de que todos nós somos filhos de Adão. A natureza do cristão é idêntica à do umbandista. Partimos do mesmo ponto. E não há razões para que nos sintamos melhores, mais justos ou mais puros do que os outros, pois do contrário, seríamos como aquele fariseu que se orgulhou de não ser pecador como o publicano, dizendo: "Eu te agradeço por não ser imoral como as outras pessoas" (Lc 18:9-14). Todos somos culpados (Rm 3:9-20)

          Que Deus nos perdoe a arrogância e transborde nosso coração de amor por todos os nossos semelhantes, sejam eles do candomblé, da umbanda, do espiritismo, do budismo, do hinduísmo e de todos os outros "ismos" que possam existir. Afinal, somos pó. E a graça e as misericórdias do Senhor são a razão de não sermos consumidos!

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