A palavra aramaica "Abba" - que significa papai - expressa muito bem quem é o verdadeiro Deus dos cristãos: Aquele que quer se relacionar conosco como o nosso Papai, o Deus que é amor incondicional...





sexta-feira, 6 de abril de 2012

Uma Igreja relevante

            

           Em que pese o querer de alguns religiosos mais conservadores, vivemos tempos em que as pessoas precisam enxergar sentido naquilo que fazem. Tão logo tenham chegado à idade das próprias escolhas, jovens e adolescentes têm abandonado suas comunidades locais por não encontrar motivos coerentes para estar lá.

      O discurso convencional já não satisfaz. Métodos obsoletos já não agradam. O excesso de tradicionalismo, ou o culto à própria personalidade do líder, já não sacia a alma dos meninos e meninas que vivem lutas constantes e complexas - interiores e exteriores -  no seu dia-a-dia.

         Precisamos de um Igreja que nos proponha possíveis respostas para as nossas perguntas reais e concretas de hoje! Não importa muito se os encontros serão no templo, nas casas, nas lanchonetes, nos parques ou em qualquer outro lugar.

           As perguntas de hoje não são as mesmas de 50 anos atrás. Por isso o discurso e as respostas não podem ser as mesmas. Pois, do contrário, a fala do pregador seria mais para as paredes do que para os seus ouvintes. Precisamos de urgente contextualização com as angústias das novas gerações. Nossos anseios são semelhantes ao de Agostinho, quando diz:

            "Vou beber dessa fonte e por ela encontrar minha vida autêntica."

           Queremos beber da fonte de águas vivas! Queremos que nossa fé faça sentido em meio ao mundo caótico em que vivemos, para que nossas vidas tenham sentido. E para isso, precisamos rever nossos conceitos sobre o que seria "manter as raízes do Evangelho". Pois é possível que, misturados à sã doutrina, estejam conceitos criados para atender a moralismos e formalismos totalmente ultrapassados.

           Em determinadas igrejas, raramente o sermão expõe a Bíblia, pois quase sempre começa com um versículo e acaba tratando do que pode e do que não pode. Alguns ficariam estarrecidos com o número de pessoas que sai pela porta dos fundos de suas igrejas, rejeitando e odiando o cristianismo, devido a esse rigor legalista sobre usos e costumes. (É proibido. O que a Bíblia permite e a igreja proíbe. GONDIM, Ricardo. São Paulo, Mundo Cristão. p4)        

         Precisamos enxergar que não estamos no Fantástico Mundo dos Crentes e que devemos discutir questões atuais, que realmente interessam aos mais jovens, sob pena de ver nossas congregações se esvaziarem desse público, que tem sofrido com a engessada sistemática de algumas lideranças.

             Jesus nos ensinou que a relevância de sua vida, morte e ressurreição seria percebida somente se os seus seguidores vivessem a radicalidade de seu amor e encarnassem seu estilo de vida: "Um novo mandamento vos dou: Amem-se uns aos outros. Como eu vos amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros... (...) (João 13:33,34) [Ed René Kivitz]

        Que Deus nos dê paciência, sabedoria e, sobretudo, o amor, para que possamos conviver em harmonia uns com os outros e aprender a ser uma Igreja relevante, num mundo de gente sedenta por Deus e por respostas que, somente Nele, podem ser encontradas. Amém!